Wednesday, August 29, 2007

E por falar em ler....

Este vale muito a pena...pelo enredo e pela forma de escrever deste escritor, meu desconhecido até agora.
"....porque esta vida vale a pena ser vivida por 3 ou 4 coisas e o resto é adubo para campos."
"- Não sei o que me deu. Não te ofendas, mas às vezes uma pessoa sente-se mais à vontade para falar com um estranho do que com as pessoas que conhece. Por que será?
Encolhi os ombros.
- Provavelmente porque um estranho nos vê como somos, e não como quer acreditar que somos."

Uma obra prima!

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Voltei

Desculpem a paragem sem aviso prévio, mas estava de chinelo no pé. Para mim, olhar para um computador nao combina com estar de chinelo no pé... e faz bem tirar férias deste vício de vez em quando.
Foram 3 semanas praticamente só de Algarve, o suficiente para matar todas as saudades de praia - mesmo que quisesse mais, o tempo cá em Lisboa nao convida.
Dizem que nao estou bonzeada e confundiram-me com uma estangeira. Isto a juntar ao facto de os meus colegas belgas dizerem que eu podia perfeitamente passar por um deles, deixa-me preocupada. Espero nao estar a fazer uma adaptaçao demasiado pronunciada ao Norte da Europa. Adaptaçao sim, mas q.b. (nao é preciso virar copo de leite).
De resto, continuo por Lisboa mais um mesinho e vou escrevendo regularmente, agora que ultrapassei a barreira da preguiça de nao exigir mais nada do meu cerebro senao ler, reflectir.... e jogar Stratego e Trivial.

Tuesday, August 07, 2007

As vidas dos outros

Um filme imperdível. A nao perder....mesmo. Vejam. Estou-me a repetir, né? É que o filme é mesmo bom. :-)

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Monday, August 06, 2007

Sintra


Como o vento que esteve hoje deixou a opção praia fora de questão, que bem que soube descobrir o parque de Montserrate, na Sintra que eu tanto adoro.

Wednesday, August 01, 2007

Passavam horas a olhar um para o outro sem dizer nada. Ela sabia de cor todos os pormenores da cara dele: o nariz pequeno e arrebitado, ligeiramente mais inclinado para o lado esquerdo, e aquele sinal caracteristico na bochecha, ja quase por baixo do olho direito, azul como o mar. Ele olhava para ela todos os dias e mesmo assim via sempre os mesmos pormenores de que tanto gostava: os olhos rasgados que lhe davam aquele traço oriental, os labios tao delicadamente carnudos e o cabelo curto completamente preto, sem o mais pequeno reflexo castanho. Passado tanto tempo juntos, nem ele reparava nas orelhas excessivamente grandes que ela tentava esconder com o corte de cabelo que teimava em nunca variar, nem ela na cabeça excessivamente grande que ele nao podia de forma alguma disfarçar.
Nunca se casaram. Ela sonhava com esse dia, mas ele vivia apavorado so com a ideia de o fazer. O divorcio dos pais tinha-o marcado muito e desde entao jurou que o mesmo nao aconteceria com ele. Nao casar era certamente a melhor forma de o evitar. Viviam juntos ha quase 10 anos e eram raras as discussoes. Discussoes a serio so naquela fase em que ela queria tanto ter filhos e ele insistiu em que nao se sentia capaz de educar uma criança no mundo cruel em que viviam. Seria o suficiente para ditar o fim de muitas relaçoes diriam voces, mas a deles resistia a todas as provas. Ela aceitava, às vezes com dificuldade, as teimosias dele, mas continuava a ama-lo da mesma forma. Ele amava-a simplesmente por ela o amar. Podera esta afirmaçao parecer superficial, mas na verdade ele amava-a de tal forma que sempre resistira às tentaçoes daquelas meninas que simpatizavam demasiado com os seus olhos azuis e ignoravam a aliança que ele insistia em tornar bem visivel na sua mao esquerda.
O dia de que vos venho falar era um dia de Verao, como o de hoje. O mesmo calor que esta hoje, a ausencia de nuvens tal como hoje, o vento leve e refrescante que se sente hoje. Sairam de manha para ir trabalhar. Desceram no elevador, ainda a trocar aqueles ultimos carinhos de despedida, tal como faziam todos os dias. Dirigiram-se ao carro. Era sempre ela a guiar. Deixa-lo-ia na estaçao de comboios e seguiria para o seu local de trabalho. Esta mesma rotina arrastava-se ha anos. Quando viram aquele semaforo virar vermelho, nao podiam imaginar o que ia acontecer. Aquela criança assustada que se dirigia ao carro viria supostamente pedir esmola. Mas esta nao. Este menino - devia ter os seus 8 anos - nao andava: cambaleava. Estava ferido. Pedia ajuda. Obviamente, mesmo apos a inicial reticencia por poder ser uma criança perigosa, decidiram ajuda-lo. Ajudaram-no a entrar no carro e levaram-no imediatamente, tal como ele pediu..... para o seu esconderijo secreto, onde tinha todas as poçoes que o curariam em poucas horas.

E mais???? Nao conto. Imaginem, que ja estou farta de escrever. Um dia continuo esta historia.