Paixão
Não me lembro muito bem, mas acho que foi aos 12 anos que a coisa começou a tornar-se mais séria. Lembro-me que com 13/14 já jogava bastante a sério. Por essa altura, o meu grupo de amigos também já era basicamente, para além dos amigos da escola, as pessoas que frequentavam o clube. Em tempo de férias, os dias eram passados no clube e à noite combinava coisas com os amigos de lá: as idas ao cinema à segunda-feira e as festas dos slows.
Nunca ganhei um torneio, excepto no clube. Fiz algumas finais, mas perdi sempre.
Há uma vitória que relembrarei sempre, frente a uma adversária que achava intransponível e que na altura era da selecção. Claro que a vitória foi conseguida num torneio por equipas com o treinador a dar-me conselhos nas trocas de campo. É que, apesar de jogar relativamente bem, faltava-me muita concentração e calma. Já na altura tinha problemas em parar o "rio do pensamento".
Há também uma derrota que relembrarei, por ter lutado até ao último minuto contra uma adversária bastante forte (perdi 6/4 no terceiro set). Chorei como chorava sempre que perdia e achava que podia ter ganho.
O início do fim foi o começo dos problemas de coluna e das lesões. O fim chegou com a dificuldade em conjugar os estudos com os treinos - na altura queria entrar para medicina. Gostava de ter sido tenista, mas sei que por muito que gostasse e goste de ténis, não nasci com capacidade física para isso.
Hoje fica a paixão pelo desporto e as recordações desse tempos muito felizes da adolescência. Algumas das minhas melhores amigas ficaram desse tempo.
Hoje à tarde dei por mim a dar uma direita no vazio. Às vezes a vontade de jogar é mais que muita...quem sabe este fim-de-semana pegue na raquete e vá alimentar esta paixão.